PERGUNTE ÀS FLORES PERGUNTE AO VENTO...
Eu já lhe disse hoje? Não?
Não lhe falei do céu estampado
de flores perfumado, do banho de Sol
matutino, do cheiro de mar na janela
e os respingos cheirando a canela?
Não lhe disse do beija-flor no jardim
que me trouxe no bico uma rosa
que ao beijá-la entregou-me assim
feito uma cartinha tão preciosa?
Não lhe falei das rosas?
Que orvalhadas e bem sorridentes
confabulavam com a ventania
dizendo estarem contentes
com a beleza desse novo dia?
E que o vento zunindo em resposta
dizia que andava apressado
ia ventar lá na encosta
do mar que já estava agitado?
Não lhe falei do azul do meu dia?
Que era celeste e anil, misturado
salpicado de nuvens vistosas
parecendo um belo bordado
e impregnado do cheiro das rosas?
Não te falei do meu coração?
Nem dos meus olhos vidrados?
Não te falei da minha paixão?
Ah...não lhe disse quanto te amo?
Que distração essa minha!
Falava às flores, e ao vento
enquanto no meu pensamento
teu nome era minha poesia!
Ah...pergunte às flores e ao vento!