NUNCA SENTI

Ouço teu silêncio...

Vago nas palavras ao acaso...

Tinta fresca já senti...

De tuas obras que escondem nosso caso...

Dê-me nome, deste sentimento inventado...

Dê-me amores, dos quais ninguém havia vivenciado...

Dê-me dores, das quais de tão salgadas, necessários...

Dê-me sonhos, olhos abertos, nossas noites em claro...

Parte lúdica, certeiras palavras abstratas é...

Quiçá poema, neste instante magoada ser?

Vendes narras, elogios atribuídos ter...

E no pecado, de minha carne, sua morada, vê?

Estou fraco, vicio meu pede licença...

Desatino e vaias meu ego à de permanecer...

Sentira o sopro da página maculada...

Do fim da história que nunca comecei...

Páginas em branco...

Presente flerta com futuro esperado...

Disfarçado olho na areia nosso trajeto restado...

Deverás pegadas, redesenhado, como se nunca havíamos passado..