Feridas abertas
Poesia on line. Mote de 31.07.2008 proposto por Kate Weiss:
Cicatrizes
Como postei em 29.07.2008 um soneto sobre o tema,
desenvolvo nova proposta para Cicatrizes.
Feridas abertas
Maria Quitéria
Tenho cicatrizes cunhadas na alma,
- riscos que ultrapassaram a carne -
desassosegos, horas sem calma
perigos de urros e encarne.
Tenho a pele inteira suturada
e a alma ainda a arder em febre
pelas feridas nunca curadas
da maldade de quem quer que eu me quebre.
Tenho o sangue coagulado na roupa
e um esgar agudo da crônica noite fria
pela voz que me escapa e já vai rouca
pedindo que se lembrem da alforria.
Mas também tenho a vontade férrea, que fura,
- feita da insanidade do olho do louco -
como os carvalhos que quebram a casca dura
mas não se vergam por tão pouco.
Sampa, 31.07.2008 18:50hs
http://versosprofanos.blogspot.com/
[ENTRELÁBIOS]