Lembra-te de mim

Lembra-te de mim

que cuspi flocos de neve

muito antes de que chegasse o frio.

Lembra-te de mim

que abracei a lama húmida

muito antes da invernia.

Lembra-te de mim

que morei no fundo do oceano

dum planeta ermo e seco.

Lembra-te de mim

manhá, quando eu sinta a dor

de querer sair do útero do qual surgi.

Lembra-te de mim

que esqueço as horas de chumbo

espetado numha estaca de ira.

Lembra-te de mim

porque sobrevivo na miséria humana

onde sempre morei.

Novembro 2000

Jomaba
Enviado por Jomaba em 03/09/2008
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