Os versos que não fiz

Chegastes de súbto

Eu desprevenido,

rindo ou chorando

apático, talvez.

Uma palavra

que puxa a segunda

eis que surge

um verso disforme,

branco ou em rima pobre.

Penso, repenso e o pesco

no ar zumbindo meus miolos

como uma mosca envolta em luz.

Seguro o verso com as duas mãos

Ainda sinto o seu zumbir

pedindo a liberdade.

Quero um papel,

um lápis pequeno

que supere minha memória

O verso reluta, ganha força

se multiplica, ganha forma

um título, um quê de poesia.

Mas nada segura em minhas mãos

escapole por meus dedos falhos

Levando consigo o verbo

Deixando comigo a espera.

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Poema composto para o mote "Os versos que não fiz", proposto por Charlyane para o Fórum Poesia On-line. Dia 8/9/8.Para ler direto no fórum, acesse:

http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=4148.0