Hoje minha felicidade vive em uma rua tranquila do Meier
Ontem chuveu a tarde inteira, eu me deitei nos
teus braços... me transformei em criança,
voltei a inocência da minha infância.
O frio que vinha da fresta da janela congelava meu rosto,
teu corpo me servia de cobertor e de abrigo,
em um papel eu escrevia poesias,
fingia que chuvia em nossas cabeças,
abria um guarda-chuva colorido, onde sonhos lindos
eram permitidos, não existiam muros de Berlim,
somente o futuro a nos esperar.
A chuva fina cortava o vento frio, eu lembrava dos meus
sonhos mais antigos, acho que roubaram minha coragem,
aquele fogo que me fazia arder, procurando respostas
que não existiam... as vezes desistimos de viver.
Onde a noite escondeu a luz? Onde deixamos nossa
alegria de viver? Hoje não acreditamos uns nos outros,
não sabemos mais dizer: “eu ti amo”, vivemos sempre
procurando um novo amor para preencher o vazio
do coração e no papel escrito na terna juventude que
nos dizia: “seremos felizes.” O espelho me disse!
Hoje minha felicidade vive numa rua tranquila do Méier,
sei que não posso mudar o mundo, sei que não posso
mudar as pessoas, mas ela me ajuda a mudar a mim
mesmo, e a compreender o meu próximo.
Sei que o sol vai voltar a raiar, sei que não vou desistir.
Meus sonhos são maiores que as heranças que adquiri
em toda minha vida, tenho que me libertar de conceitos,
preconceitos, dogmas, e ilusões da matéria.
Saber que sou um espírito em guerra contra meu pior inimigo, o egocentrismo que norteava os meus sentidos.
Hoje diante do teu amor sou livre como a chuva fina,
transparente como água límpida que escorre na lama,
e não se contamina com as leis do mundo,a vida está
sempre nos ensinando a viver, eu sou mais eu e você.
Afina,l viver ao teu lado para mim é sagrado!
Texto: Na chuva dançar, Ricardo, 26/09/08.