IRONIA
Tanto sentimento se enterra
No decorrer da vida
Sonhos, amores, ilusões, tristezas, decepções
E até mesmo uma estrada florida
Coisas lindas enclausuradas
Fincadas como raiz
Daí cada ser humano é único
E sempre um aprendiz
O que enterrado está após decorrer do tempo
Clama dentro do peito sufocado querendo sair
Dilacerando a alma,
Ansiando por um porvir
Como deixar sair o que grita redundante...
Receamos deixar vir à tona
O que um dia foi significante
Temos medo... Não sabemos o que possa vir
Mas como resistir a tanta coisa reprimida
Que obstinam sair do sepulcro que temos dentro de nós
Coisas que poderiam ter sido vividas
E enterramos como carrascos de nós
Ironia...
Quantas vezes enterramos nossa vida
Dentro de nossa própria vida
E começamos a desaprender
Que tudo que enterramos um dia
Poderia ter nos feito viver
Medo
Covardia
Preferimos o luto
Perecer.