IRONIA

Tanto sentimento se enterra

No decorrer da vida

Sonhos, amores, ilusões, tristezas, decepções

E até mesmo uma estrada florida

Coisas lindas enclausuradas

Fincadas como raiz

Daí cada ser humano é único

E sempre um aprendiz

O que enterrado está após decorrer do tempo

Clama dentro do peito sufocado querendo sair

Dilacerando a alma,

Ansiando por um porvir

Como deixar sair o que grita redundante...

Receamos deixar vir à tona

O que um dia foi significante

Temos medo... Não sabemos o que possa vir

Mas como resistir a tanta coisa reprimida

Que obstinam sair do sepulcro que temos dentro de nós

Coisas que poderiam ter sido vividas

E enterramos como carrascos de nós

Ironia...

Quantas vezes enterramos nossa vida

Dentro de nossa própria vida

E começamos a desaprender

Que tudo que enterramos um dia

Poderia ter nos feito viver

Medo

Covardia

Preferimos o luto

Perecer.

Rô Lopes
Enviado por Rô Lopes em 12/10/2008
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