Sonhares
suas mãos afagaram as minhas
num roçar de dedos inquietantes,
foi um diálogo em profano silêncio
nenhuma palavra foi dita ou escrita
para que pudéssemos nos entregar
de corpo e alma, aos nossos anseios
a conversa foi intensa – definitiva,
cada olhar era um verso alexandrino
que se ouvia de abandonados ventos
os toques abriram ranhuras profundas,
entre os pêlos dos nossos braços
que acarinhavam corações carentes