Du, seu poema - A Minha Metade - é tão lindo, com cheiro e gosto de infância que mereceu até resposta:


Inteira (Solar)

Abra o portão e reencontre a criança


E todas aquelas árvores


Que povoaram sua infância.


Que mataram sua fome,


Que perfumaram sua vida.


Volta, vai lá querida!


Vai lá e busca um jasmim.


Aproveita e pega um pra mim.


E se der me leva contigo,


Pra comer pêssego e limão do pé.


E jamais deixe de tentar ser.


A flor mais rara é você!


Dú, tenha sempre fé!


Que metade você não é.



@2008 Vania Amadeu
 


A minha metade
(Dulcinéa Carmona)

Sou a criança que fui
E deixei no quintal
Com um Jardim florido
De Rosas brancas
Hortênsias e Azaléias
Ao lado do Limoeiro
Em frente ao Pessegueiro
E logo ao lado...
O pé de Café
O de Bananas,
Que partiu primeiro
E o de Chuchu
Que matou minha fome
O de Losna, losna?
É... amarga!
Como a vida dos Grandes...
Caminhei... confusa
Entre o Jardim
E o Pomar
Fui... mais a frente
E parti invisível
Passando ao lado
Do pé de Jasmim
O mais perfumado
O raro...
O raro que nunca fui
E deixei de tentar ser
Quando me deixei criança
E me perdi entre a escada
E o portão...
E nunca mais voltei...

http://www.recantodasletras.com.br/biografias/665428




Vania Amadeu
Enviado por Vania Amadeu em 14/10/2008
Reeditado em 16/10/2008
Código do texto: T1227216
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