O Naufrágio Das Palavras
Sangrar é ritmo,
Silêncio adquirido
De refugos perdidos
Na melancolia.
Sonho a mágoa,
Sinto a sutura.
Recordo a quimera,
E então tudo é
Sombras borradas
Na distância.
Percebo as visagens
E tudo é semente,
Segredos brotados
Na carne que geme.
As retidões alargam
O infinito que gera
E sangra memórias
Que regridem
Ao estado de germe.
A negação anoitece;
Veste a imagem.
Joga idéias
No abismo do sempre.
A noite recupera
As melancolias
Que em simetrias
Buscam vulcões
De lava viva
Nas palavras
De meu naufrágio.