O Naufrágio Das Palavras

Sangrar é ritmo,

Silêncio adquirido

De refugos perdidos

Na melancolia.

Sonho a mágoa,

Sinto a sutura.

Recordo a quimera,

E então tudo é

Sombras borradas

Na distância.

Percebo as visagens

E tudo é semente,

Segredos brotados

Na carne que geme.

As retidões alargam

O infinito que gera

E sangra memórias

Que regridem

Ao estado de germe.

A negação anoitece;

Veste a imagem.

Joga idéias

No abismo do sempre.

A noite recupera

As melancolias

Que em simetrias

Buscam vulcões

De lava viva

Nas palavras

De meu naufrágio.

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 18/10/2008
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