( sem título )

Eu espero uma moça e acredito que é filha de clara nunes.

Nuvem clara que dê chuva.

O pé que pisa o pé da uva.

A sede vinha do vinho

a luva

do céu sem blusa.

A mama de leite da noite de núpcias.

Com Santa Clara da Boca Gostosa calada de música de dança de perto em que quatro pernas vire em uma só.

Pé sem número e sem essa coisa de abc.

Palavras do primeiro amanhecer.

Um grito que seja missa e deixe grato qualquer seja o Deus.

Oferta pros seus

apóstolos

mas que olhem apenas

que a pena do toque é a última pena.

Pecado de peleja.

Eu espero essa moça de poucos luares. Seja um só luar

no meu profundo querer

esse querer

esperar

esse sorriso

dessa lua

abrir toda a boca inteira.

Não estamos tão velhos quanto esse mundo caduco.

Eu,

eu acabo de nascer.

E meu choro chegou acordando a alma de minha mãe e a tua.

Meu bom dia quem deu foi a lua.

Sou seu amigo mais próximo e o próximo do segundo dia.

Quando vier o sol serei já homem feito.

Guilherme Bastos L
Enviado por Guilherme Bastos L em 18/10/2008
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