Carne e gravuras

Pra quem outrora perdia a maestria

Vêm-me os ácidos e vapores iluminar

Parindo novamente, ‘inda que tardia

As flores e cigarros, meu ego, meu lar.

Mesmo a roda das paixões doudas

Que nesta carne queimou em gravuras

No meu peito não torrou aquelas todas

Lavandas e citrus, os alcoóis e loucuras

Pois quem nasce sob a noite protegido

De fervores e prazeres é munido

Das Camélias e substâncias que adormecem

Do fogo, da chama de quem padece

Pois se há maldição entre estes nascidos

É o sublime fardo de sentir à lousa

Os defuntos gélidos da boêmia embebidos

Das lamúrias destes homens morrediços

Ou do pranto de qualquer outra cousa.

(Mas é d’uma nobreza infinda

Manter imortal tanta ousadia

É, senhores, d’uma nobreza linda

Provar destes homens a maestria.)