Chão de passarinhos

E me beijei de sol, me salguei com as andorinhas

E o guaxo era preto e era vermelho

Era vermelho e revoluteava como um diabo coxo

O sapo dá uma cambalhota e assopra

Cachimbo de sapo nunca se apaga

Sapo mija atrás da moita

Abre caminho para boi, para boiada passar

Sapo gosta de pau e pia-piou folharada d’água

Pó de pau, cupim, caruncho chamando o boi sozinho

Fazendo o sol arrebentar

Capivara fabricava chão por onde meu umbigo rastejava

Eu sou esse chão de passarinhos

Venho comer na minha mão, venho beber água no meu umbigo

Quebro uma e duas garrafas e o demônio se escapa

Nas asas do guaxo que redemunha e redemunha.