PASSARINHANDO
Viestes cantarolar sobre a minha janela
Parecia falar língua humana, aquarela
Contando passos da vida bela
Pobre passarinho, livre, veloz, às vezes assustado
Peito estufado, corpo arrepiado
Canta, pula, voa para o infinito
Perto parece daqui, longe envolve, some e se vai
Festa faz, corta o som da sinfonia, a harmonia sai
Canta versos lindos, quase um Pavaroti
Perfila sua agonia, sua dor
Tristeza ou alegria, por amor
Transfigura em cálido rubor
Não é um poeta
Mas de pura poesia se farta
Alimenta a alma
Inspira o poeta.