INCÓLUME

Confesso que pequei

ao deixar que teus olhos me queimassem

sem que sequer me tocassem

ao sucumbir ao gosto da tua boca

quando dela desferias palavras

das mais lúcidas às mais loucas

Confesso...pequei e não nego!

Na onda dos teus cabelos naveguei

enredei-me nos pensamentos soltos

do teu cheiro impregnei o meu corpo

(sândalo...absinto...sinto...te sinto...)

meu corpo...(sem licença) no teu aportei!

Confesso...nada mais importa!

Desde que fiz da tua pele quente

o abraço que me aquecia e acalmava

desde que inconsequente...abria a tua porta

sem que me chamasse...e, num sobressalto

te olhava...desejava...e sem querer te amava!

Confesso...fui invasiva...abusei da sorte!

Se mereço perdão...ou se me redimo da culpa

não sei...talvez prefira a morte...

da lucidez

a deixar de sentir o teu sabor...deixar de me perder

ou tentar me encontrar

no teu cheiro...no teu corpo...

minha embriaguez!

Confesso...e por confessar isento-me da culpa

de não ter resistido

quando mergulhei nesse teu doce (a)mar.

Monica San
Enviado por Monica San em 25/10/2008
Código do texto: T1246929
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