INCÓLUME
Confesso que pequei
ao deixar que teus olhos me queimassem
sem que sequer me tocassem
ao sucumbir ao gosto da tua boca
quando dela desferias palavras
das mais lúcidas às mais loucas
Confesso...pequei e não nego!
Na onda dos teus cabelos naveguei
enredei-me nos pensamentos soltos
do teu cheiro impregnei o meu corpo
(sândalo...absinto...sinto...te sinto...)
meu corpo...(sem licença) no teu aportei!
Confesso...nada mais importa!
Desde que fiz da tua pele quente
o abraço que me aquecia e acalmava
desde que inconsequente...abria a tua porta
sem que me chamasse...e, num sobressalto
te olhava...desejava...e sem querer te amava!
Confesso...fui invasiva...abusei da sorte!
Se mereço perdão...ou se me redimo da culpa
não sei...talvez prefira a morte...
da lucidez
a deixar de sentir o teu sabor...deixar de me perder
ou tentar me encontrar
no teu cheiro...no teu corpo...
minha embriaguez!
Confesso...e por confessar isento-me da culpa
de não ter resistido
quando mergulhei nesse teu doce (a)mar.