VAZANTE

Ah, como conter uma alma

que transborda todo o amor

cabido e descabido...

todo sentimento que aflora

da mais simples aurora

á imensidão do infinito?

Como calar os apelos (in)contidos

tantas vezes armazenados

pelo tempo escasso e corrido

que não permite ser vencido

mas que por outra

cobra que se façam apressados

os ponteiros da vida?

E, que agora...justamente agora

decidem ser hora do grito?

Decidem não mais ser rogados

muito menos esquecidos

e sim atirados aos ecos

em precipícios e abismos

e assim...serem enfim ouvidos!

Ah, não calar...não conter...não guardar...

Apenas fazer valer a voz...a vontade

a agonia atroz, a ansiedade...

e gritar ao mundo seja em verso ou em prosa

que não há nessa vida nada que valha

a dor de uma vida ceifada

o dissabor de tantas feridas abertas

o clamor de tantas almas aflitas

Pois não se pede pra nascer

muito menos marca-se hora pra morrer

apenas ganha-se a chance

a oportunidade bendita

de estar por um tempo sem tempo

em meio ao que há de mais perfeito

Porque ao homem foi dada

toda a perfeição já criada

pra apenas ser observada e cuidada

e dela extrair-se a vida

que o tornaria (o homem)

criatura iluminada...do Criador a obra

mais pura e bem acabada!

Ah, gritar...versar...chorar rios e mares!!

Estancar dores, esgotar meus ardores

e nunca mais...jamais me calar!!!

Por outra...ser um rio em vazante

sempre...sempre em direção ao mar!!

Monica San
Enviado por Monica San em 25/10/2008
Código do texto: T1246933
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