Poesia sem inspiração
Meus versos cegos se perdem no escuro,
Perdem-se a mingua no vento arredio,
Perdem-se no insípido caldo da invalidez.
Meu verso cego tenta tatear as palavras,
Tenta tatear adultos, crianças e ruas,
Procurando desesperadamente pelo mel das vogais.
Ao tentar eclodir meus versos se esquivam,
Perdem-se das imagens e das linhas,
Perdem-se da métrica e das rimas.
Meu verso infértil grita das janelas das casas,
E ecoa exorbitante no desespero do silencio,
Tentando em vão captar uma beleza que pereceu.
Meu verso calado nada produz,
Apenas segue estéril em meio a angustia,
Apenas vaga sem inspiração, nada mais!!!
Thiago Cardoso Sepriano