Poesia sem inspiração

Meus versos cegos se perdem no escuro,

Perdem-se a mingua no vento arredio,

Perdem-se no insípido caldo da invalidez.

Meu verso cego tenta tatear as palavras,

Tenta tatear adultos, crianças e ruas,

Procurando desesperadamente pelo mel das vogais.

Ao tentar eclodir meus versos se esquivam,

Perdem-se das imagens e das linhas,

Perdem-se da métrica e das rimas.

Meu verso infértil grita das janelas das casas,

E ecoa exorbitante no desespero do silencio,

Tentando em vão captar uma beleza que pereceu.

Meu verso calado nada produz,

Apenas segue estéril em meio a angustia,

Apenas vaga sem inspiração, nada mais!!!

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 26/10/2008
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1249553
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.