Morreu como um indigente, o meu amor...

Morreu como um indigente,

o meu amor

Morreu,

sem rezas ou coroas

na calçada de uma grande avenida

Ninguém o viu agonizando sob o céu cinzento

de guarda-chuvas ambulantes

Chorou por si mesmo

Sentiu por si mesmo,

apenas

Este amor que foi feito de esperas

Este amor que foi feito de distâncias

E de muita, muita ternura

Morreu,

Morreu como um indigente

Sem nota nos jornais, epitáfio, roupas pretas...

Sem berros de cabeças descabeladas

Em seu enterro, apenas as estrelas mais brilhantes

A lua cheia, dois ou três passarinhos...

E o mar, é claro, seu melhor amigo

Ninguém mais o conheceu

No céu ou no inferno não se ouviu falar dele...

Morreu,

O meu amor morreu,

Tão imenso,

Como se nunca tivesse existido

Deixou de rastro apenas este luto

que mancha de arco-íris meu vestido

Vai ver assim ninguém o reconheça

nas linhas mal traçadas do meu riso

Eleanorrigby
Enviado por Eleanorrigby em 28/10/2008
Reeditado em 30/10/2008
Código do texto: T1252393
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