Pluralidade

Acredito que o poema

é uma prece

a toda alma enlevada.

Que há o conhecer, falar, fazer

em cada verso, estrofe ou rima

que teima, na argila dos sentimentos,

se transformar em arte

alegria, agonia, sofrimento.

O sentir a vida

pulsar

versejar vôos, vulcões,

corações

materializa-se

na gama de orações

pendentes

no átrio do seu ritmo.

Esmagar ilusões

ressaltar tantas outras

Ludibriar a solidão

contemplar o Só em cada olhar

Manifestar um protesto

com gestos esculpidos em palavras

Ou simplesmente vivenciar,

o que muitos chamam luxúria,

eu, negritando o radical,

anuncio e renomeio,

em baladas e preces,

meu inquientante plural.