Lindas Avós

Lindas Avós

Dançava no transe de olhos fechados
Quando avistei uma de minhas avós
Era a ultima que tinha há meses partido
E sorria bailando pertinho do Cristo
Ao som das músicas de Catimbó

Meu semblante sorriu de volta pra ela
Me perguntei onde minha outra vó estaria
Então me orientaram a chamá-la
Da forma carinhosa como gostava
E sussurrei: Vó Maria, sou eu sua Netinha!

Na tela mental pude então enxergar
Onde ela estava então a perambular
Ouvindo-me como a voz do vento
Comecei a puxá-la com o pensamento
E quando me viu, correu pra me abraçar

Senti o peso de estar totalmente perdida
Presa ao mundo de quem dela precisava
Talvez até quisesse seguir a luz divina
Mas era tão difícil sair daquela rotina
Abraçada a mim, sem falar ela me contava

Ofereci-lhe a luz do portal que se abria
E disse pra seguir o homem de cor dourada
Minha avó Lucinda também a recebia
E quando ia andando virou-se repentina
E vi o que realmente lhe preocupava

Disse minha avozinha: Cuida dos meus!
E sabia que se referia a todos os netos
Que ficara lá pelas bandas das Chapadas
Netos que ela tanta amara e cuidara
Sabia eu que o céu estava agora repleto!


Auricélia Oliveira
Enviado por Auricélia Oliveira em 06/11/2008
Reeditado em 06/11/2008
Código do texto: T1270005
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