O peregrino

Distancio-me da revolução de minha alma,

Pelas gôndolas da discórdia serena

Por entre espinhos e armadilhas da calma,

Desta seca e fugaz Veneza

Sou o monge do renascido alvorecer,

Com o mesmo e velho semblante vulgar

Que reza pela cruz ao anoitecer

E que aniquila a expressão do amar

Imperfeito ícone imortal

Desgracioso como uma enfermidade

O conselheiro dos fundamentos do mal,

Meticulosamente baseado na deslealdade

O prêmio de minha vitalidade aterradora,

São as lágrimas derrotadas sobre a fonte,

A volúpia da virgem sonhadora

E massacres observados pelo monte

Minha garganta já duramente estremecida

É a progenitora do caos benevolente,

Originou a confrontada besta adormecida,

A deusa de minha plenitude eminente

Carlos Henrique Toledo
Enviado por Carlos Henrique Toledo em 26/03/2006
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