CONVENCIMENTO

Eu te esperei com flores que não viste à mão,

pois estas rosas trago-as no meu coração.

E, cheio de esperanças, disse do meu bem,

ansioso para ouvir de ti, assim, também.

Na fronte as ilusões, o peito conflitado,

eu li sentenças vãs no teu olhar cismado.

Apologia tu fizeste da moral,

censurando o que fiz, eu, quem não te quer mal.

Mas tenho sobre os teus receios opinião:

acho que tu, também, me tens certa paixão.

Nesta constatação, tão assim de momento,

tu vais ter vez de rir do meu convencimento.

Tu dizes “não e não”, porque moral antiga,

mais forte que teu bem, teu ser ainda abriga.

Liberta-te do teu pejo e do teu ar de siso,

que é bom que dês ouvidos ao teu sempre amigo.

Fort., 27/11/2008

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 27/11/2008
Reeditado em 28/11/2008
Código do texto: T1307018
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