Dia D

hoje quero a morte,

deixar que vermes comam

minhas carnes

e meus podes poderes

o banquete será farto;

minhas palavras fedem,

meus versos estão arruinados,

por isso rimo lucidez com estupidez

hoje será o dia do meu funeral.

vagabundos seguirão o cortejo,

cães vadios ladrarão à frente,

eu, morto, seguirei calado

o dia está fechado - turvo,

uma chuva fria lava meu rosto,

sonhos cadavéricos e nefastos,

escorrem por minha face escavada

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 31/03/2006
Reeditado em 16/05/2012
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