Dia D
hoje quero a morte,
deixar que vermes comam
minhas carnes
e meus podes poderes
o banquete será farto;
minhas palavras fedem,
meus versos estão arruinados,
por isso rimo lucidez com estupidez
hoje será o dia do meu funeral.
vagabundos seguirão o cortejo,
cães vadios ladrarão à frente,
eu, morto, seguirei calado
o dia está fechado - turvo,
uma chuva fria lava meu rosto,
sonhos cadavéricos e nefastos,
escorrem por minha face escavada