INDELÉVEL

Ainda sinto o peso das tuas metáforas

a rasgar-me o ventre...

As palavras ecoam...têm cheiro...

copulam comigo nas madrugadas

Prenhez de poesias e poemas

plantados no fundo do meu útero

pela tua boca maldita

e teu poetar profano e insano.

Tenho um pântano lamacento

repleto de poemas fervorosos

e proibidos...

que ainda esperam ansiosos

por tuas mãos ousadas

pela tua libido...

a arrancá-los e deflorá-los

manipulando com teus dedos musicais

e tirando deles melodias infernais.

Tenho nas profundezas do meu âmago

um ardor incontrolável e palpável

de ser novamente penetrada

por tua língua lasciva

tua mente permissiva e ousada

tua lava incandescente e impura

que em palavras de pouca lisura

fizeram de um vulcão já abrasivo

a fonte mais pulsante e viva

de poesia, calor e delírio.

Ainda tenho, cravado em mim feito punhal

o falo da tua fala...íntimo segredo

guardado em profundidade

sem culpas nem medo

num desvario intenso e abissal.

Ainda lhe tenho...contenho...dentro...

no meu intento mais amoral.

E, como não bastasse tê-lo, marca indelével

em mim tatuado...

ainda lhe tenho decor e salteado...

em versos cravados e gozo verbalizado!

Monica San
Enviado por Monica San em 08/12/2008
Código do texto: T1325122
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