Afinal

Afinal
que som é esse que se propaga?
Premente, latente em meus ouvidos
Que remete-me à vida a pulsar
Que me impõe um justo desfibrilar?

Pensei que tínhamos a fibra
Pensei na hora insossa
que ficamos a nos deixar
Eu a você. Você a mim
Nem houve som algum
Além da tua fragilidade gritante
E do meu olhar sussurrante
à tua procura

Afinal
que som é esse que se mistura
aos nossos sorrisos de volta
de reencontro esperado
sorrisos que falam tão alto em nós dois
capazes de acordar os desavisados?

É o som do amor que vence
a inveja e o erro que fôra
acometido de amor por fora
marcado por não poder ser
abrigado de amor por dentro.

É o som da alegria silenciosa
do esperar bocas juntas
de esperar carícias muitas
De um abraço que faz de você
em mim o meu epicentro.