O NÓ
No verbo que ata um nó
entranhado na garganta
vai mágoa
vai sofrimento
vai choro
tristeza
e lamento
e vai também
esperança.
Amarra o verso e a rima
impede de vir o poema
vai abaixo
vai acima
repuxa
e puxa...
feito em rinha
ele arranha
e arrochado ele teima
Esse nó que não desata
é verbo que não impera
é verso que não convence
é rima que não se casa
é poema que não vinga
lágrima que não deságua
e é mágoa...
mágoa de quem espera.