SONETO EM CLAMOR À MORTE

Dor que habita esse meu úmido olhar

que faz romper os laços dos meus medos

te peço que não deixes escapar

toda essa morte presa entre meus dedos

Oh! guardiã de todos meus segredos

te rogo que me venha abençoar

por sede a boca cede e eu também cedo

à noite que insiste em me abraçar

abarca-me nos braços taciturnos

penetra com tua palma a minha alma

inunda-me de ais e de esturros

que seja o breu da noite o meu leito

que finde nos teus braços minha calma

e que a morte me abrande enfim o peito!

Mônica San e Lucas de Oliveira Gullar

Monica San
Enviado por Monica San em 28/12/2008
Código do texto: T1355928
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