Ser poeta, ou ser em vão

Ser poeta, ou ser em vão

Sou um poeta sem tempo

Sem estilo, nem escola

Somente a palavra que transpira do momento

Mas que não condensa, ou evapora

Antes estaciona no limbo

Sem saber se é do céu, ou se é da terra

Como um vento preso em redemoinho

O poema é um sentimento que se encerra

Uma tristeza, ou alegria

Que, se aconteceu, não mais existe

Mas que gravei – quem sabe um dia

Um sentimento torne a vida menos triste

E eu lhe mostre o que de todos escondia

Que a arte é um vão trabalho, que persiste

(Djalma Silveira)