Justiça!
Eu tenho sede
E não é sede de água
Minha sede é por justiça
Dessa que aflora da alma
Corroi a carne e atiça
Não quero sede de calma
Tão sonolenta e passiva
Alimentada por traumas
E ideias corrosivas
Em meio a tanta injustiça
Tenho sede por justiça
Dô um duro desgraçado
Pra neguin posar de artista
Com direitos agendados
E discurso moralista
O cara faz e acontece
Inplanta terror, põe na lista
E depois sai de inocente
E eu deitado na pista
Em cela de quatro paredes
Em cama de analista
Morrendo de medo e de sede
No meio de tanta injustiça.
Que injustiça!
Não me bastasse ser malabarista
Agora eu ter que ser fundista
Que só tem sede por justiça
Justiça!
Sem idéias paternalistas!
Sem idéias sentimentalistas!
Justiça!