O FAZER DE CADA UM.
É noite e eu não vejo tua estrela brilhar.
É dia e eu não sinto teu sol me aquecer.
Me visto de brumas cinzas como cinza estou.
Serão elas brumas, que me cegam
A tua luz minha guia, e que isolam teu calor?
Minha alma é música, meu corpo um acorde,
Meu espírito melodia celeste universal.
E nada disso me faz te enxergar, te sentir, te ouvir!
Será que adormeci, estarei eu ausente sem nem o saber?
Mas navegar é preciso, não é preciso viver!
O Poeta morreu, mas a poesia está viva
Então que seja recitada, cantada e vivida
Por todos que sabem das celestes esferas.
Pois até hoje é ouvida a lira de Orfeu,
Assim como a flauta de Eros.
Que nunca mais se tenha um cativeiro,
Que a Liberdade seja o Dom do Ente Humano
E afinal nenhum solo será mais profano
Celebrando a vida e vivendo a celebração,
Eu descobri ser este fazer a minha função.