Um dia de solidão
a vida é como uma pedra,
a gente vai arrancando pedaços,
lascas que saem de dentro de nós
quando a dor não pode ser suportada
velhos caminhos, velhos tempos
nos fazem pensar com o coração,
as palavras desaparecem,
todo fica opaco e tosco
o telefone revela nossos segredos,
o vizinho escuta minha voz,
o vagabundo pede um trocado...
meto a mão no bolso – não tenho nada!
a dureza das coisas é que me mata:
não poder falar o que quero,
não poder ouvir o que tanto sonho.
feliz é o rola-bosta que nada reclama