Um dia de solidão

a vida é como uma pedra,

a gente vai arrancando pedaços,

lascas que saem de dentro de nós

quando a dor não pode ser suportada

velhos caminhos, velhos tempos

nos fazem pensar com o coração,

as palavras desaparecem,

todo fica opaco e tosco

o telefone revela nossos segredos,

o vizinho escuta minha voz,

o vagabundo pede um trocado...

meto a mão no bolso – não tenho nada!

a dureza das coisas é que me mata:

não poder falar o que quero,

não poder ouvir o que tanto sonho.

feliz é o rola-bosta que nada reclama

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 17/04/2006
Reeditado em 24/04/2006
Código do texto: T140539
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