CONTRADIÇÕES

A poesia dorme em cama de ferro,

quando a ordem é estar alerta.

De natureza rebelde,

pode nascer do olhar primeiro

e renascer na ponta dos dedos,

ou se espalhar em escoriações

de generalizadas vertigens.

É bem capaz de vingar na malícia,

ou embebedar-se de lágrimas:

A poesia é o cochilo do demônio

e a insônia de Deus.