Conclave boêmio

Conclave boêmio

O poeta morreu

Uma roda de samba boêmia o bebeu

E desapareceu

A tristeza infinita daquele que ama

O passista reclama

Da frieza hibernal que vem vindo do samba

Fechando a janela

O samba, lá fora, congela,

Já não há mais aquela

Inimitável leveza de outrora

Levante-se, agora!

Apresente-se neste instante, ou vá embora

Um samba só será o bastante

Um samba que trate a mulata como senhorita

Desmanchando-se de amores por ela

Só nos olhos do poeta é que a beleza se revela

Só nos versos do poeta, nosso samba ressuscita

(Djalma Silveira)