FRÍGIDA


Sei que sempre estás pronta

a abrir-me a porta e mostrar-me uma luz.
Só que, de uns tempos pra cá,

te encontro sempre tão vazia...
Vens te mostrando cheia de ares de frieza.
Sonho, algum dia,

novamente aproximar-me de ti
e pegar tuas carnes,

beber do teu leite
e sorver do teu mel.
Sei que, há tempos, não sabes o

que é ter algum tempero.
Mas, por trás desse semblante alvo,

dessa postura imponente,
hei de encontrar sempre muito calor.
Oh, geladeira, preciso de ti,

mesmo que não sejas, assim...
nenhuma Brastemp!