A Pobreza de Espirito
Somos produtos da consciência
Vagueamos sem rumo ou destino
É tao cega a nossa demência
que nos perdemos nesse caminho
Mas existirá algo de relevante?
Algo que nos possa prender?
Essa procura desconcertante
Para tal dor conseguir esconder..
Sim, vivemos em negação
Na tentativa de nos divinizar
Mas somos monstros da nossa propria criação
Seres efémeros e sem nada para dar
Pobres de espirito, pobres de mente
Sombras que desvanecem
Que por momentos nos enlouquecem
Com a sua presença tao doente
Nao nos reconhecemos
Nao nos conseguimos revelar
Será que aqui nao pertencemos?
Qual é o nosso lugar?
A noite adensa-se e continuamos sem solução
Para o mistério divino da nossa criação
A ganância, vivemos para a ter
Pensando que nada nos poderá deter
Pisamos casa solo como uma alma superior
Mas que alma sobrevive sem sentir a dor?
Tudo em nós sao tristes caricaturas
Pois percebemos enfim a nossa missão
Somos nem humanos nem criaturas
Somos almas sem coração
Procuramos uma saida
Para fugir de algo inescapável
A nossa ilusão é confortante e sentida
Pois o nosso destino nao é aparável
Sabemos agora em que estamos metidos
Sabemos que nao devemos estar car
Porque em todos vós nós existimos
Em cada gesto, em cada respirar
Somos a imagem e o reflexo
De cada mente peturbada
Somos o instinto mais complexo
De cada alma magoada....
Simplesmente existimos......