Da falsidade que azeda minha língua

Tão ácidos quanto o suco ulceroso

que corrói as paredes estomacais

são os versos controversos que destilo

contra o ardil da tua farsa absurda

Não destino minha rima rasgada

a uma linha sequer do teu roteiro

não desentranho sentimentos nobres

para matá-los no teu palco grego

Não faço parte dessa tua tragédia

e não dôo minha arte à vendilhões ladinos

Da falsidade de que é feito teu brilho

quero o lustro, que trate a minha couraça

Contra ti, verme pútrido de ínfimo valor

destilo meus piores venenos

porque os melhores, curtidos em bom tempo

guardo como antidoto, contra teu olhar de pedra.

Monica San
Enviado por Monica San em 12/02/2009
Código do texto: T1434794
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