VISITA À CHÁCARA ONDE CRESCI

Eu me atrevi a rever o meu passado.

Não deveria - como foi surpresa

Ver quanto se perdeu da tal beleza

Que eu tinha na memória entronizado!

Nas ruínas do que fora meu reinado

De infância, achei que tudo ao tempo é presa:

Tudo envelhece e morre - de certeza,

Como o jardim que eu tinha em vão cuidado...

Mas eis que em meio à tal desolação

- Paredes ruídas, teto desabado,

Tocos de árvores mortas pelo chão -,

Achei meu caquizeiro, enfim, sem danos,

De frutos promissores carregado,

Como a esperança que resiste aos anos...

Mauren Guedes Müller
Enviado por Mauren Guedes Müller em 13/02/2009
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