O AZUL
trabalhando os dias com a mesma febre
de um pintor minimalista
meus olhos salpicados de realidade
esplendem uma ponte calma
de esperança e horror
pra lá de um horizonte
disforme ainda
num céu que não se situa traçam
o necessário pássaro
a pressentir suas asas
na cage d'amour
no fio do anzol
no vazio macio e inescapável
de um anjo vestido de azul
João Lima
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