Tarde demais

TARDE DEMAIS

Quando os meus olhos cansaram de ver

Tanta desgraça, tanto sofrimento,

Fechei-os triste, buscando esquecer

Mas o meu sonho morreu . . .

Acordei tarde demais . . .

E quantos risos eu deixei de lado,

Num desespero que abrasava o peito.

Quanta injustiça suportei calado . . .

Mas me perdi na revolta

E lutei tarde demais . . .

Eu quis fugir desse cáos que alucina

E ergui meus olhos, procurando a luz,

Buscando ouvir a palavra divina.

Mas a fé não tinha forças . . .

Eu rezei tarde demais . . .

Agora acordo, e do meu pensamento

Expulso os males que me atormentaram

Erguendo um brinde ao fim do meu

Tormento.

Mas, que ironia, no final da luta,

Sou vencedor, mas é tarde demais . . .

João Bosco Costa Marques.