Ser ou não ser

Em lembranças de “Hamlet” de William Shakespeare

“O que eu sou é o que me faz viver”. (Shakespeare)

A dureza da humanidade soa como um silêncio sem voz

Palavras fazem o homem que sou

Reações afastam o que não sou

As faces e os perfis se confundem

Em reações, lábios e falas amargas

Dedos em riste em vozes secas e assertivas

Como não sei da vida

Resta-me a paciência lúgubre

Uma eterna espera da pedra que não se move

Já não tenho muito a dizer

Sigo cambaleante por entre desconhecidos

Acompanho com alucinógenos a lealdade e a amizade

Não posso abrir mão do eu

Se o Eu é duro e críticas se fazem, o problema está identificado

Gostem ou não, nada como a liberdade

O Eu é o único quem sabe o que precisa

Não é lícito deixar de ser quem realmente se é

O crime é perfeito: esqueça o eu

Se me perco, não sou mais o eu

e o eu é o que me diferencia dos outros

Não cabe ao eu a desistência

O eu, apenas a mim pertence