Filhos de ninguém

Soldados da fome e do desamparo

de pequenas mãos com bazucas reluzentes

Filhos da lua e do morro triste,

de olhos inquietos por pais ausentes.

No semáforo, no viaduto, na escadaria,

encapuzados escondem-se de mães impotentes.

Invisíveis e de almas indolores,

esses meninos são a nossa gente!

Misturadas à paisagem paradisíaca,

do turismo sexual vil e devastador,

as meninas exploradas, soterram sonhos.

E do peito extirpam o feminino amor.

Todos eles da vida são reféns.

Meninos e meninas sem infância,

Pingentes da indiferença e sem esperança.

Serão eles filhos de ninguém?

Lislopes
Enviado por Lislopes em 28/04/2006
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