Calabouço vermelho
Fragmentos de uma lágrima escapam pela janela
Partes de uma ilusão instalada ao anoitecer
Aurora de uma vida em desalinho metálico
Reformas de um dia nublado em estrelas tantas
Pérfido olhar de uma quimera que se desfaz
Vazios que se instalam em piscina indolor
Calabouço contemporâneo em alma aprisionada
Correntes solitárias de um passado nefasto
Explosões de lembranças atormentadas
Marcas profundas em cenas coloridas
Mãos macias que arrancam gemidos doloridos
Telhados que desabam em sonhos atormentados
Rastejam suspiros em busca de salvação
Inferno gelado de uma alma estraçalhada
Tormentos ofuscados em precipícios vazios
Fatalidade doce de instantes insanos
Cortes dormentes em pulsos vermelhos
Flores mortas em dias de eclipse solar
Sombras caóticas de um circo decadente
Palpitação presente em sintonia ausente
Anos marcados em terra escaldante
Solo infértil de uma página virada
Perfeitamente instalada em verdes pastagens
Frutos de uma semente acinzentada
Gritos assolam a terra sombria
Interior profundo de uma raiz morta
Preces inúteis em horas vazias
Fruto de insônia em uma noite qualquer