Vôo infinito...
Uma andorinha voa por paragens distantes...
Seu vôo demarca o horizonte infinito
Perfeitamente emoldurado por nuvens carregadas
No céu, o sol se põe entre cores tantas.
Vendavais arrastam destroços oriundos
Dos quatro cantos do mundo
Ferida gravemente em suas asas
A andorinha deposita seu corpo no mais alto galho
de uma árvore frondosa
Observa de longe o ir e vir do vento bravio
Entende e respeita o furor da natureza
Compreende a transitoriedade de seus ferimentos
Aguarda pacientemente as horas necessárias
Noites e dias sucessivos...
Sangue, dor, alívio.
Asas outrora feridas são agora suas aliadas.
Mais um vôo rasante se projeta...
No intenso azul do eterno viver.