Onde andas alma minha?

Era quase fim do dia

já a luz rareava,

o vento solto corria

como louco pela estrada.

Onde andas alma minha?

Se nuvens no céu havia

já ninguém as enxergava,

apenas, e mal se ouvia,

um sino ao longe gemia.

Onde andas alma minha?

A vila estava vazia

janela e porta fechada,

parecia adormecida

como de vida cortada.

Onde andas alma minha?

Só no cais se movia

balançando sobre a água,

a figura triste e esguia

da barcaça naufragada.

Onde andas alma minha?

Quanta noite, quanto dia,

entre o ir e o voltar,

quanta ansiedade havia

e lágrima no olhar.

Onde andas alma minha?

O mar se agita e grita,

só ele está a gritar,

o barco de mastro partido

é um túmulo a balançar.

Onde andas alma minha?

Eugénia Tabosa
Enviado por Eugénia Tabosa em 12/03/2009
Código do texto: T1482118
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