Todos os dias

Nem todos os dias eu quiz,

que meu amor estivesse aqui.

Tem dias que eu prefiro a solidão.

Não ter que dizer nada,

não ter que emuldurar

feições em meu rosto carcomido.

Nem todos os dias teu carinho me bastou,

tem dias que preciso me exceder

com minhas mãos em meu próprio sexo.

Nem todos os dias teu sexo me foi pleno,

Tem dias que eu só preciso

do meu corpo esquálido.

Nem sempre tua lingua

proclamou todas minhas verdades,

Tenho as vezes que mentir pra mim mesmo,

mentir muito.

Nem sempre eu sonho o teu sonho,

dece sonho de ilusão,

Tem dias que eu só quero vagar

nos vales dos pesadelos proibidos.

Nem todos os dias eu posso dizer tudo,

porque voce não pode saber tudo,

Prefiro meus segredos estéreis,

do que o livro aberto

dos muito arrependidos.

Nem todos os dias eu te amei,

muitos dias eu fingi,

pra te proteger, pra não ferir

o teu pobre coração.

Prefiro poupar-te,

das minhas estóicas verdades.

Nem todos os dias eu quiz existir,

Prefiro as vezes simplismente não ser,

Tem dias que eu não pertenço

aos que respiram se viver,

aos corações que batem sem amar.

Dos que respiram sem viver,

Dos corações que batem sem amar.

Ronildo Donizete Feroldi
Enviado por Ronildo Donizete Feroldi em 01/05/2006
Código do texto: T148413