Todos os dias
Nem todos os dias eu quiz,
que meu amor estivesse aqui.
Tem dias que eu prefiro a solidão.
Não ter que dizer nada,
não ter que emuldurar
feições em meu rosto carcomido.
Nem todos os dias teu carinho me bastou,
tem dias que preciso me exceder
com minhas mãos em meu próprio sexo.
Nem todos os dias teu sexo me foi pleno,
Tem dias que eu só preciso
do meu corpo esquálido.
Nem sempre tua lingua
proclamou todas minhas verdades,
Tenho as vezes que mentir pra mim mesmo,
mentir muito.
Nem sempre eu sonho o teu sonho,
dece sonho de ilusão,
Tem dias que eu só quero vagar
nos vales dos pesadelos proibidos.
Nem todos os dias eu posso dizer tudo,
porque voce não pode saber tudo,
Prefiro meus segredos estéreis,
do que o livro aberto
dos muito arrependidos.
Nem todos os dias eu te amei,
muitos dias eu fingi,
pra te proteger, pra não ferir
o teu pobre coração.
Prefiro poupar-te,
das minhas estóicas verdades.
Nem todos os dias eu quiz existir,
Prefiro as vezes simplismente não ser,
Tem dias que eu não pertenço
aos que respiram se viver,
aos corações que batem sem amar.
Dos que respiram sem viver,
Dos corações que batem sem amar.