Delírio

Sentei-me na estação do destino

Quisera driblar o eco maldito

De uma mente insana

Partituras verbais ecoam

Em vozes inférteis de uma noite qualquer

Palpitando no azul de minha lucidez

Farpas de uma cerca eternamente clandestina

Debrucei-me sobre o parapeito da janela

Ousei admirar o precipício de uma esquina

Pendi o corpo, a mente, o coração

Um salto completo foi simulado, violado

Pedaços de estrelas despedaçaram-se pelo chão

Uma voz atingiu a apatia tardia, demente

Na esperança de lançar-me, esquivei-me

Perdi o bonde, a noite, o raiar do dia

Adormeci...