Onde escrevo...

Não é fácil escrever em movimento

O balançar de um vai e vem bem barulhento

Dificulta a produção dos pensamentos

E a vontade fica a mercê dos ventos

Que troquem a gaveta por uma escrivaninha

Essa cadeira torta por uma boa poltrona

Esse velho ônibus pelo sitio de Teresinha

E não chamariam, talvez, meus versos de cafona

Nada tenho que desejar

Alem da possibilidade remota

De escrever em outro lugar

E traçar nova rota

Para ver o que hão de falar

Mas ao contrario do que importa

Aos meus escritos vingar

É alimentação a minha porta

Que os versos não há de levar

Trabalho no ônibus, sou cobrador

Não sou Moraes, pessoa, Conrado...

Da poesia apenas tento ser um amador

Sou por não sei o quê, impulsionado

Estou com as letras no recanto

É que um gentil amigo em duas leituras

Insistia o dia todo tanto

Que não entrar seria a maior desventura

12/03/09

Marcos Rosa
Enviado por Marcos Rosa em 20/03/2009
Código do texto: T1496631