Onde escrevo...
Não é fácil escrever em movimento
O balançar de um vai e vem bem barulhento
Dificulta a produção dos pensamentos
E a vontade fica a mercê dos ventos
Que troquem a gaveta por uma escrivaninha
Essa cadeira torta por uma boa poltrona
Esse velho ônibus pelo sitio de Teresinha
E não chamariam, talvez, meus versos de cafona
Nada tenho que desejar
Alem da possibilidade remota
De escrever em outro lugar
E traçar nova rota
Para ver o que hão de falar
Mas ao contrario do que importa
Aos meus escritos vingar
É alimentação a minha porta
Que os versos não há de levar
Trabalho no ônibus, sou cobrador
Não sou Moraes, pessoa, Conrado...
Da poesia apenas tento ser um amador
Sou por não sei o quê, impulsionado
Estou com as letras no recanto
É que um gentil amigo em duas leituras
Insistia o dia todo tanto
Que não entrar seria a maior desventura
12/03/09