Vida de Boiadeiro

Sem parada definida

Vou tocando minha boiada,

Esse é meu sonho minha vida

Cavalgando pelas estradas.

Sou visto na lente do sol,

Quando viajo em meu cavalo

O luar é meu lençol

As noites meu intervalo.

Nessa lida eu vou vivendo,

Isso me deixa muito feliz,

Pelo mundo vou percorrendo,

O destino assim me quis.

Antes de iniciar cada jornada,

Deito o rosto em minhas mãos,

Fecho os olhos nessa parada,

Faço a Deus uma oração.

Tudo pronto vamos embora,

O berrante fez alvorada,

Abra o coxete que ta na hora,

De pisotear a estrada.

O sereno ainda cai

Na aba do meu chapéu,

A boiada levanta e sai,

Uma nuvem fica no céu.

Lá na frente vai o ponteiro,

Chamando todo o seu gado,

Profissão de boiadeiro

De peão apaixonado.

O horizonte esta distante,

Logo mais um dia termina,

Recolhem-se os figurantes,

No berço, em terra fina.

A viagem vai chegando ao fim,

O cansaço colou no peito,

Mas sou feliz mesmo assim,

Vivo bem sem preconceito.

Para comemorar o sucesso,

Jogo uma costela na brasa,

E quando assada eu começo,

Depois volto pra casa.

Já toquei muitas boiadas,

Atravessei rios a nado,

Já dormi em noites geladas

Viajei pra outro Estado.

Hoje quem me tocou esta distante,

Apenas guardo muita saudade,

E meus dias são radiantes

Buscando felicidade.

maninhu
Enviado por maninhu em 24/03/2009
Código do texto: T1503165
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