Vida de Boiadeiro
Sem parada definida
Vou tocando minha boiada,
Esse é meu sonho minha vida
Cavalgando pelas estradas.
Sou visto na lente do sol,
Quando viajo em meu cavalo
O luar é meu lençol
As noites meu intervalo.
Nessa lida eu vou vivendo,
Isso me deixa muito feliz,
Pelo mundo vou percorrendo,
O destino assim me quis.
Antes de iniciar cada jornada,
Deito o rosto em minhas mãos,
Fecho os olhos nessa parada,
Faço a Deus uma oração.
Tudo pronto vamos embora,
O berrante fez alvorada,
Abra o coxete que ta na hora,
De pisotear a estrada.
O sereno ainda cai
Na aba do meu chapéu,
A boiada levanta e sai,
Uma nuvem fica no céu.
Lá na frente vai o ponteiro,
Chamando todo o seu gado,
Profissão de boiadeiro
De peão apaixonado.
O horizonte esta distante,
Logo mais um dia termina,
Recolhem-se os figurantes,
No berço, em terra fina.
A viagem vai chegando ao fim,
O cansaço colou no peito,
Mas sou feliz mesmo assim,
Vivo bem sem preconceito.
Para comemorar o sucesso,
Jogo uma costela na brasa,
E quando assada eu começo,
Depois volto pra casa.
Já toquei muitas boiadas,
Atravessei rios a nado,
Já dormi em noites geladas
Viajei pra outro Estado.
Hoje quem me tocou esta distante,
Apenas guardo muita saudade,
E meus dias são radiantes
Buscando felicidade.