O Sonho de Dete
O Sonho de Dete
Sentado a beira do caminho
Grito... Ninguém responde.
Então faço das poucas palavras
[Um verso].
Penso nela...
Nunca vi um sorriso
No rosto daquela mulher.
Um rosto sem alma
De formas tão lindas
Olhar vago perdido no tempo
Longe anda seu pensamento.
Não vejo alegria
Não vejo tristeza
Uma vida vazia
Silêncios contidos
Por medo ou covardia.
Um rosto cansado
Um rosto de cera
Um rosto de pedra
Esse o rosto de Dete.
- Aonde vais Dete?
- Chore não viu!
- Vou morar em Budapeste.
Já foi João
Já foi José
Já foi Maria
Vou morar na Velha Buda
Vou viver na fidalguia
- Por favor, Dete não vá!
Olha, toma esta flor de maracujá.
(Sinto uma vontade enorme
De dizer que amo
Mas, meu ego atrapalha).
- Por que não viajas
Na tua imaginação peste?
- Uma flor de maracujá
Como argumento.
-Bicho ingênuo!
- Chore não viu!
- Vou amar em Budapeste.
Danúbio manso e sereno
Corre no leito
Com seu manto todo azul
Nunca vi algo tão belo!
Jamais vi tanto glamour.
Anjos de asas douradas
Passam em passaradas
Cantando
A valsa dos meus sonhos
Em lindas catedrais.
Príncipes encantados
Em carruagens enganaladas
Palácios reluzentes
Em mármores de Paros
Enfeitados em ouro e cristais.
Poeta dos Ermos