O véu

Às brumas da manhã

Descortinam os tons do mundo

Do simples véu a beleza pagã

Pelo brilho de um charco profundo

Num espelho que não reflete

A imagem perdida de uma realidade disforme.

Às névoas do dia

Sem saber o que escondem

Se beleza, se tragédia, sob o véu

Luz tênue de desdém

Tremenda perda sombria

Asseverando o tema do réquiem.

Às sombras da noite

Se via, não vejo. Se vejo, não via

Luz e beleza, lendas de um dia

Para além do denso véu

Derrota pretensa, vitória sem luta

Lembrança do ocaso, esperança de uma aurora.

Malco
Enviado por Malco em 06/05/2005
Código do texto: T15158